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Crítica | Bailarina: Ana de Armas brilha em spin-off visualmente impactante, mas de roteiro bagunçado

Bailarina é o primeiro filme derivado do universo John Wick a chegar aos cinemas, e sua missão não era fácil: apresentar uma nova protagonista, expandir a mitologia da franquia e manter o nível de ação que virou marca registrada. Com direção de Len Wiseman e protagonismo de Ana de Armas, o filme entrega uma experiência visual envolvente e sequências de combate bem coreografadas — mas tropeça na hora de construir uma história coesa.

A trama acompanha Eve Macarro (de Armas), uma jovem criada pela Ruska Roma após o assassinato de seu pai. Assim como John Wick, ela é movida por vingança. Mas, ao contrário do que se espera de um filme com essa premissa, Bailarina demora demais para chegar ao ponto. Com apenas 1h30 de duração, o longa dedica tempo demais a tramas paralelas e momentos que pouco acrescentam ao desenvolvimento da personagem.

A ambientação é, sem dúvida, um dos maiores acertos. O filme nos leva do Continental de Praga a vilarejos nevados, passando por clubes noturnos repletos de estilo — todos cenários que servem como palco para cenas de ação criativas e bem executadas. É nesses momentos que Bailarina mais se aproxima do espírito de John Wick: violência estilizada, câmera fluida e coreografias que respeitam o físico dos personagens.

O destaque absoluto é Ana de Armas. Ela prova que pode carregar um filme de ação nas costas, com uma performance intensa, física e cheia de presença. Eve é uma personagem interessante, e mesmo com um roteiro inconsistente, Ana consegue torná-la carismática e crível. Sua jornada de vingança é emocional, e a atriz entrega tanto nos momentos de fragilidade quanto nos de brutalidade.

O problema é que o roteiro não sabe o que quer ser. Bailarina tenta funcionar como um drama de origem, uma história de vingança e uma expansão mitológica — tudo ao mesmo tempo. O resultado é uma narrativa dispersa, que introduz temas e personagens sem aprofundar nenhum deles. O vilão interpretado por Gabriel Byrne, por exemplo, é tratado como uma ameaça quase mítica, mas nunca chega a justificar todo o temor que os personagens demonstram.

Algumas participações especiais funcionam como alívio para os fãs da franquia. Keanu Reeves retorna como John Wick em duas cenas: a primeira é apressada e um tanto artificial, mas a segunda traz a dose de emoção e adrenalina esperada. Também temos o retorno de Winston e Charon, este interpretado por Lance Reddick, em uma de suas últimas aparições — um momento breve, porém tocante.

Apesar de se esforçar para ser algo novo dentro do universo John Wick, Bailarina muitas vezes soa como um apanhado de ideias em busca de direção. Faltou foco no roteiro e equilíbrio entre estilo e substância. Ainda assim, o filme mostra que há espaço para crescer, especialmente com uma protagonista tão promissora.

Com outros derivados em produção — incluindo um spin-off com Donnie Yen e uma animação prelúdio, a franquia precisa tomar cuidado para não se perder em excessos. O mundo de John Wick tem muito a oferecer, mas isso só funciona com histórias bem contadas. Bailarina é um passo ousado, mas que ainda precisa de ajustes.

NOTA DO CRÍTICO
Bom!


Escrito Por

Lucas Barbosa

Lucas Barbosa, designer e criador de conteúdo sobre cinema e cultura pop. Amante de universos criativos e narrativas que inspiram.

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