Crítica | The Last of Us – Temporada 2, Episódio 4: Feridas Antigas e Novos Caminhos para Ellie e Dina

Em seu quarto episódio da segunda temporada, The Last of Us atinge um novo ápice emocional e narrativo com os “Cicatrizes”. A introdução de Isaac (Jeffrey Wright), líder da WLF, e o mergulho mais profundo nas tensões entre facções mostram que a série não tem medo de expandir sua mitologia sem perder o foco em seus personagens centrais.

Depois de um capítulo mais introspectivo, The Last of Us retorna com força total. A ação reaparece com intensidade, mas é a construção de mundo e os conflitos ideológicos entre os grupos sobreviventes que realmente se destacam. A guerra entre a WLF, uma milícia organizada, e o culto religioso conhecido como Cicatrizesa (ainda não nomeado assim na série) adiciona camadas de tensão política e espiritual à trama. O episódio nos faz questionar a moralidade de ambos os lados — será que há mesmo um “certo” ou “errado” em meio ao caos?

Isaac (Jeffrey Wright), em The Last of Us (HBO)

O retorno ao universo militarizado de The Last of Us, com a presença de facções como a FEDRA e agora a WLF, traz um novo ritmo para a temporada. A escolha de iniciar o episódio com a legenda “Seattle, Dia Um” nos prepara para o início de uma jornada cada vez mais sombria para Ellie e Dina. A partir daqui, o caminho de volta para Jackson parece cada vez mais distante — não apenas fisicamente, mas também emocionalmente.

Um dos maiores trunfos do episódio é a química entre Bella Ramsey (Ellie) e Isabela Merced (Dina), e a relação entre as duas personagens avança com naturalidade e profundidade. O momento em que Ellie canta para Dina, revelando vulnerabilidade e ternura, é um dos mais emocionantes da série até agora — um raro respiro em meio à brutalidade.

A cena em que Ellie salva Dina de um infectado, revelando sua imunidade, marca um ponto crucial na narrativa. Ainda que a reação de Dina pareça contida, a série planta as sementes para futuros conflitos e revelações. E é nesse momento, de forma totalmente anticlimática — e, principalmente, inesperada — que Dina revela estar grávida. É uma notícia que muda tudo: os riscos aumentam, e Ellie parece cada vez mais disposta a ir até o fim, mesmo que isso a destrua por dentro.

Bella Ramsey (Ellie) e Isabela Merced (Dina), em The Last of Us (HBO)

O episódio também sugere o retorno de personagens-chave, como Jesse, o que pode influenciar diretamente a jornada das protagonistas. À medida que o território de Seattle se revela como um verdadeiro campo de guerra, Ellie e Dina precisarão de toda ajuda possível para continuar — se é que querem mesmo seguir adiante.

Por fim, mesmo que o fantasma de Joel continue presente, ele começa a se dissolver na memória da série, substituído pelas escolhas que Ellie faz por si mesma. The Last of Us mais uma vez levanta uma de suas questões centrais: até onde vale a pena ir por vingança, e o que se está disposto a perder no processo?

“Cicatrizes” é um episódio que equilibra com maestria ação, construção de mundo e emoção — e nos prepara para a tempestade que ainda está por vir.

NOTA DO CRÍTICO
Regular

Lucas Barbosa

Lucas Barbosa, designer e criador de conteúdo sobre cinema e cultura pop. Amante de universos criativos e narrativas que inspiram.

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