O início da fase de depoimento dos réus da tentativa de golpe de 2022 promoveu o primeiro encontro após dois anos de investigação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e Mauro Cid — seu auxiliar mais próximo em quatro anos de governo que se tornou seu delator.
O tenente-coronel Mauro Cid mudou de versão sobre a trama golpista de Bolsonaro e aliados ao longo de seus 12 depoimentos à Polícia Federal no âmbito do acordo de colaboração premiada.
Foi só em seu último depoimento, diante de Moraes, que Cid contou que o ex-ministro Walter Braga Netto entregou dinheiro em uma sacola de vinho para um militar acusado de planejar o assassinato do ministro do Supremo.

Cid bate continência
A meia hora que antecedeu o início dos depoimentos sobre a trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) foi de descontração entre os réus, com cumprimentos e saudações militares.
O tenente-coronel Mauro Cid bateu continência para os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) que respondem por crimes contra a democracia.
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi um dos primeiros a chegar. Com o plenário ainda vazio, ele foi ao banheiro da Primeira Turma do STF e ficou trancado no box por cerca de dez minutos. Ele via vídeos nas redes sociais antes do início da sessão.
(*) Com informações da Folhapress
Quando deixou o banheiro, Bolsonaro encontrou um plenário mais cheio. Abraçou Heleno e Paulo Sérgio, deu um tapa nas contas de Cid como cumprimento e conversou com sua equipe de advogados.