O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou no último domingo a aplicação de tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos, em resposta às sanções impostas pela Casa Branca. A medida americana inclui tarifas alfandegárias de 25%, que serão elevadas para 50% em uma semana, além da suspensão de vistos para cidadãos colombianos. As ações foram adotadas após a Colômbia negar a entrada de dois aviões com imigrantes deportados.
Este episódio marca a primeira crise diplomática envolvendo Donald Trump e um país da América Latina desde que assumiu a presidência americana há uma semana. Também é a estreia de Trump em sanções migratórias contra outro país, um tema recorrente em sua campanha presidencial.
Por meio de suas redes sociais, Petro criticou a postura dos Estados Unidos, afirmando que o tratamento dado aos imigrantes colombianos é inaceitável. Ele destacou que, embora a Colômbia tenha historicamente colaborado para conter os fluxos migratórios, não permitirá a chegada de deportados sob condições degradantes. “Não somos colônia de ninguém”, afirmou o presidente.
Além das tarifas, Petro anunciou iniciativas para fortalecer a economia colombiana e reduzir a dependência de produtos americanos. “Os itens importados que terão aumento de preço deverão ser substituídos por produtos nacionais. O governo estará ao lado da população nesse esforço”, declarou.
Os Estados Unidos são o principal parceiro comercial da Colômbia, respondendo por cerca de um terço das exportações colombianas. Em novembro passado, as vendas para o mercado americano totalizaram US$ 13,1 bilhões, com destaque para petróleo, café, flores, alumínio e frutas. Apesar disso, o déficit comercial colombiano com os EUA persiste desde 2014, resultado de uma balança desequilibrada.
O impasse entre Bogotá e Washington ameaça os 12 anos de vigência do Tratado de Livre Comércio (TLC), que fortaleceu os laços econômicos entre os países, e pode trazer repercussões significativas para as relações diplomáticas e comerciais no futuro próximo.