O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, telefonou ao chanceler venezuelano com um pedido formal de posicionamento ao país vizinho. A cobrança ocorreu após a movimentação de armamento alarmar forças brasileiras e moradores de Pacaraima, em Roraima.
De acordo com integrantes do governo, a Venezuela não fez a devida comunicação sobre a manobra militar. Além disso, por um breve momento houve a entrada de viaturas de forças venezuelanas em território brasileiro, o que foi registrado por moradores da região em vídeo.
Procurados, Palácio do Planalto, Itamaraty e Ministério da Defesa não comentaram.
Segundo uma fonte da diplomacia brasileira, o episódio foi caracterizado como “incidente” e não como “invasão”, já que o caminho percorrido pelos veículos de Maduro foi de somente alguns metros para que fizessem um retorno e voltassem ao território venezuelano.
Adentrar alguns metros num país vizinho não é incomum, por exemplo, em casos de perseguição de suspeitos. O episódio desta quarta-feira, porém, ocorreu durante um exercício militar programado e havia clara sinalização de onde começava o território brasileiro, nota uma integrante do governo Lula.
Para o Itamaraty, foi preciso marcar posição e cobrar explicações de Maduro para que não se criasse um precedente com a Venezuela e com outros países fronteiriços.
Dentro do governo, o incidente está sendo classificado como um descuido, mas também como “exibição” desnecessária por parte dos venezuelanos. Um integrante do alto escalão do governo Lula disse que Maduro estava “fazendo graça” e que não havia qualquer risco ao país.
O Exército brasileiro monitorou a situação ao longo de toda a quarta-feira. Blindados que já estavam na região chegaram a ser deslocados para perto da fronteira. Não houve, porém, a caracterização de “invasão de território” pelas Forças Armadas, o que poderia significar um ato de guerra.