O Último Azul (em inglês, The Blue Trail), novo longa-metragem de Gabriel Mascaro (Boi Neon, Divino Amor), fará sua estreia mundial na competição oficial do Festival de Berlim, um dos maiores eventos cinematográficos do mundo, que acontecerá de 13 a 23 de fevereiro. O filme disputará o Urso de Ouro, maior honraria do festival, e terá como presidente do júri o renomado diretor Todd Haynes (Carol, Longe do Paraíso).
Estrelado por Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás e Adanilo, O Último Azul se passa em uma Amazônia distópica, onde o governo transfere idosos para colônias habitacionais destinadas a seus últimos anos de vida. Antes de seu exílio compulsório, Tereza, uma mulher de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo. A trama, que mistura resistência e amadurecimento, explora as paisagens dos rios amazônicos e tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros em 2025, com distribuição da Vitrine Filmes.
Para o diretor Gabriel Mascaro, a seleção para a Berlinale já é um marco para o cinema nacional. “Só o fato de O Último Azul ter sido escolhido para a principal sessão do festival já é uma grande vitória para o cinema brasileiro. Estou muito honrado em saber que nosso filme competirá pelo Urso de Ouro, mas o maior prêmio é ver a cultura brasileira vibrante novamente”, declarou. Esta será a segunda vez que Mascaro participa do Festival de Berlim. Em 2019, seu filme Divino Amor foi exibido na Mostra Panorama.
A produtora Rachel Daisy Ellis também celebrou a conquista e destacou a relevância do cinema brasileiro no cenário internacional. “Estamos testemunhando uma safra incrível de filmes brasileiros conquistando o mundo, especialmente após um período desafiador. Esse retorno reflete a força do cinema nacional. O Último Azul fala de resistência, esperança e o direito de sonhar. É uma alegria levar esse filme para a Berlinale, principalmente porque ele contou com a participação de trabalhadores do audiovisual do Norte e Nordeste do Brasil, além de colaboradores do México, Chile e Cuba, reforçando a importância das políticas públicas.”
Rodrigo Santoro, que integra o elenco, reforçou a importância da seleção para o reconhecimento do cinema brasileiro. “A seleção de O Último Azul para a competição principal de Berlim comprova o quanto o Brasil é capaz de produzir um cinema forte, profundo e competitivo. É emocionante ver o cinema independente chegar tão longe, feito com garra e talento, muitas vezes com recursos limitados. Essa força sempre me inspirou, desde Bicho de Sete Cabeças.”
O filme marca a volta do Brasil à disputa pelo Urso de Ouro, algo que não acontecia desde 2020. O país já foi laureado em edições anteriores do festival, com Central do Brasil (1998), de Walter Salles, que também rendeu o prêmio de Melhor Atriz a Fernanda Montenegro, e com Tropa de Elite (2008), de José Padilha.
O Último Azul é uma coprodução internacional da Desvia (Brasil) e Cinevinay (México), em parceria com a Globo Filmes (Brasil), Quijote Films (Chile) e Viking Film (Países Baixos). O filme foi produzido por Rachel Daisy Ellis (Boi Neon, Rojo) e Sandino Saravia Vinay, conhecido por seu trabalho como produtor associado em Roma, de Alfonso Cuarón, e coprodutor dos filmes anteriores de Gabriel Mascaro.