A seca extrema que afeta o estado do Amazonas está causando graves dificuldades no transporte de mercadorias, especialmente no Porto da Ceasa, em Manaus. Nesta sexta-feira, 4 de outubro, o nível do Rio Negro atingiu a marca de 12,66 metros, o menor já registrado na história, superando o recorde de baixa de 2023. A queda no volume do rio tem provocado longas filas de caminhões no porto, com caminhoneiros aguardando mais de cinco dias para realizar a travessia por meio de balsas.
Com os níveis dos rios cada vez mais baixos, as balsas que transportam os caminhões pelo Rio Negro estão enfrentando problemas operacionais, atrasando o fluxo de mercadorias e impactando diretamente a economia local. As balsas, essenciais para conectar Manaus a outras regiões, têm tido dificuldades para navegar em áreas cada vez mais rasas, agravando os congestionamentos e complicando o transporte de produtos essenciais.
A situação se complicou ainda mais com a interrupção da rota hidroviária no Rio Madeira, que forçou transportadores a recorrerem ao Porto da Ceasa como principal ponto de travessia para acessar municípios da região metropolitana de Manaus e Porto Velho, em Rondônia. A alta demanda e as condições desfavoráveis do rio tornaram a travessia extremamente demorada, resultando em grandes filas de caminhões e frustração para os caminhoneiros, que dependem da rota para entregar mercadorias.
Além de impactar o comércio local, os atrasos no transporte de cargas têm efeitos em cadeia para diversos setores da economia, aumentando os custos logísticos e comprometendo o abastecimento em algumas regiões. A crise hídrica também tem afetado a distribuição de alimentos, combustível e insumos, gerando preocupação com a continuidade de fornecimento de produtos básicos.
As autoridades seguem monitorando a situação, mas a expectativa é de que o cenário só comece a melhorar com a chegada do período de chuvas, que deve aliviar a seca e permitir a normalização do nível dos rios. No entanto, até que isso aconteça, os transtornos no transporte de cargas devem continuar, prejudicando tanto caminhoneiros quanto comerciantes que dependem dessas mercadorias para manter suas atividades.