O Rio Negro, um dos maiores e mais importantes rios do mundo, está prestes a atingir seu nível mais baixo já registrado, agravando ainda mais a crise hídrica que assola o estado do Amazonas. Na manhã desta quinta-feira, 3 de outubro, a Defesa Civil do Amazonas registrou o nível de 12,77 metros, apenas 7 centímetros acima do recorde histórico de 12,70 metros, registrado no ano passado.
As previsões indicam que a seca em 2024 poderá ser ainda mais severa do que a de 2023, estabelecendo um novo marco histórico de descida do nível do rio. Esse cenário é motivo de preocupação, pois as baixas acentuadas afetam diretamente o abastecimento de água, a navegabilidade e o cotidiano das comunidades ribeirinhas, que dependem fortemente do rio para atividades econômicas, transporte e sobrevivência.
O Rio Negro, com sua extensão de 2.250 quilômetros, é o maior rio em volume de água da bacia amazônica e um dos mais extensos do mundo. Em suas partes mais profundas, chega a atingir até 90 metros de profundidade. No entanto, a crise hídrica atual tem reduzido significativamente o volume do rio, um sinal claro dos impactos crescentes das mudanças climáticas na região amazônica. A diminuição no nível das águas também afeta o ecossistema local, colocando em risco a fauna e flora características da floresta tropical.
Além disso, a queda drástica no volume de água tem dificultado a vida das comunidades que dependem do rio para o transporte e o acesso a alimentos e outros recursos. A redução da navegabilidade tem isolado populações inteiras, complicando o envio de mantimentos e assistência às regiões mais remotas. Muitos moradores estão enfrentando desafios severos com a escassez de água potável, e a tendência é de que a situação piore nas próximas semanas.
As autoridades locais e federais estão acompanhando de perto o avanço da seca, cientes de que as próximas semanas serão críticas para a região. A Defesa Civil, em conjunto com órgãos ambientais, tem alertado sobre a necessidade de ações emergenciais para mitigar os efeitos da estiagem. No entanto, a expectativa é de que, sem chuvas significativas, o Rio Negro ultrapasse o recorde histórico de baixa em breve, intensificando a crise hídrica e expondo ainda mais a vulnerabilidade da Amazônia às mudanças climáticas globais.