Relatos recentes indicam que o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), duas das maiores facções criminosas do país, podem ter firmado uma trégua após anos de rivalidade. A possível aliança foi divulgada por meio de comunicados em redes sociais, sugerindo uma estratégia conjunta para pressionar o governo federal a flexibilizar as regras do Sistema Penitenciário Federal (SPF).
Um dos primeiros sinais desse movimento surgiu em um comunicado atribuído ao CV no Amazonas, datado de 11 de fevereiro de 2025. No documento, a facção instrui seus membros a cessarem qualquer hostilidade contra o PCC até novas ordens, citando negociações em andamento para um acordo de paz em todos os estados.
No dia seguinte, um comunicado supostamente divulgado pelo PCC em São Paulo reforçou a trégua, proibindo ataques contra o CV e afirmando que a paz entre as organizações está estabelecida até novas instruções.
Especialistas em segurança pública avaliam que essa aproximação pode ter como principal objetivo aliviar restrições impostas a líderes das facções, muitos deles detidos em presídios federais de segurança máxima. Além disso, a redução de conflitos internos pode refletir tanto no ambiente carcerário quanto na disputa pelo controle do tráfico de drogas em diversas regiões do país.
A rivalidade entre CV e PCC teve um marco de ruptura em 2016, resultando em episódios violentos como o massacre de Manaus, em 2017, onde 56 detentos foram assassinados. Caso a aliança seja confirmada, autoridades precisarão avaliar os impactos desse novo cenário no sistema prisional e na segurança pública nacional.