Um estudo divulgado nesta terça-feira (25) sugere que o telescópio espacial James Webb detectou os buracos negros mais ativos já observados, operando em um nível acima do que se acreditava ser possível. Os astrônomos identificaram 12 desses objetos enigmáticos, descritos como “pequenos pontos vermelhos”, que na realidade são buracos negros supermassivos em fase de crescimento acelerado.
Esses corpos celestes apresentam sinais característicos de atividade intensa, com gases orbitando a velocidades superiores a mil quilômetros por segundo. No entanto, diferentemente dos buracos negros ativos conhecidos, como o situado no centro da Via Láctea, eles não emitem quantidades significativas de raios X ou ondas de rádio.
Os pesquisadores acreditam que esse comportamento atípico se deve a densas nuvens de gás ionizado ao seu redor, que absorvem radiação de alta energia e permitem apenas a passagem de luz visível e infravermelha, conferindo a esses buracos negros sua coloração avermelhada.
Para brilhar intensamente apesar dessa barreira de gás, esses buracos negros estão operando no chamado Limite de Eddington, a taxa máxima na qual conseguem acumular matéria antes que a pressão da radiação expulse o material circundante. Suas massas variam entre 10 mil e 1 milhão de vezes a do Sol, o que os classifica como relativamente jovens em comparação com buracos negros supermassivos mais maduros.
O estudo sugere que esses objetos estão em um processo acelerado de alimentação e evolução, dissipando progressivamente o casulo de gás que os envolve e os impede de emitir raios X, o que pode fornecer pistas cruciais sobre a formação dos buracos negros primordiais no universo.