Em Manaus, a fumaça gerada pelas queimadas que assola a cidade pelo segundo ano consecutivo não foi mencionada na maioria dos planos de governo entregues pelos candidatos à prefeitura ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dos seis prefeituráveis, apenas dois abordaram o problema das queimadas, mas de forma vaga, sem oferecer detalhes ou soluções concretas. O único tema ambiental presente em todos os planos foi a arborização, com projetos de plantio de árvores para amenizar o calor na cidade.
Enquanto a qualidade do ar em Manaus piora diariamente, atingindo níveis “muito ruins” e “péssimos”, os candidatos pouco mencionaram ações para mitigar essa emergência climática. Em um debate recente, realizado no dia 8 de agosto, o assunto foi completamente ignorado, apesar do ar já estar em estado “moderado” na capital amazonense.
Dos planos apresentados, o de Roberto Cidade (União) foi o único que tangenciou o problema ao propor um plano de contingência para eventos climáticos extremos, mencionando o combate às queimadas sem explicar como isso seria feito ou como poderia envolver ações conjuntas com os governos estadual e federal.
Outro candidato, Gilberto Vasconcelos (PSTU), reconheceu a seca dos rios e as queimadas como consequências de um sistema econômico insustentável, mas não propôs medidas específicas para enfrentar o problema.
Entre os poucos que trataram das mudanças climáticas, Alberto Neto (PL) propôs soluções para mitigar o impacto, como a criação de jardins de chuva e mini-florestas urbanas. Já o prefeito David Almeida (Avante) mencionou a criação de um Comitê de Mudanças Climáticas, mas sem avanços concretos.
A única proposta específica e detalhada relacionada à fumaça e à qualidade do ar foi apresentada pelo candidato Amom Mandel (Cidadania), cujo plano ainda será oficializado, mas já inclui a criação de um Plano de Emergência para a Qualidade do Ar, com protocolos claros e monitoramento contínuo para enfrentar o problema das queimadas.
A arborização, citada por todos os candidatos, também se destacou nos planos como uma medida para melhorar a qualidade de vida dos manauaras. Porém, os desafios vão além da plantação de árvores, uma vez que a fumaça continua sendo um problema crítico que carece de ações concretas por parte dos futuros governantes da cidade.