Um vídeo publicado nas redes sociais da empresária Rhayane Guilherme, dona da fábrica de sorvetes e das lojas Oliveira Sorvetes, viralizou nesta semana ao mostrar o processo de fabricação do “açaí artesanal” em Londrina, no Paraná. Com o título Fabricando o Açaí, a postagem detalha como o produto é feito dentro da fábrica da marca — e surpreendeu internautas da região Norte, especialmente do Amazonas e do Pará.
O conteúdo chamou atenção pela textura cremosa, coloração roxa intensa e uso de ingredientes adicionais. Muitos nortistas estranharam o modo de preparo e apontaram diferenças em relação ao açaí tradicional da Amazônia, que costuma ser mais líquido, escuro, com sabor terroso e consumido sem açúcar — geralmente acompanhado de farinha, peixe frito ou camarão seco.
Um dos comentários que viralizou resume bem a reação do público nortista: “Tá eu e o diabo embaixo da coberta completamente assustados com o que acabamos de ver”. A frase, compartilhada em tom de humor, reforça o choque cultural causado pelo vídeo.
Diante da repercussão, Rhayane Guilherme esclareceu que o açaí fabricado em sua empresa é feito com polpa do fruto e ingredientes que ajudam a evitar a formação de cristais de gelo e garantir uma textura mais cremosa, adequada ao gosto local. “Esses produtos já têm uma coloração mais arroxeada. Não usamos corantes nem conservantes artificiais”, explicou a empresária.
Ela também pontuou que, embora em outras regiões o produto seja chamado de “sorvete de açaí”, em Londrina ele é conhecido apenas como “açaí”, o que pode gerar confusão entre públicos de diferentes estados.
A repercussão do vídeo reacendeu um antigo debate nas redes: o do açaí “raiz” versus o açaí “gourmet”. De um lado, o modo de preparo tradicional do Norte, com forte ligação cultural e ancestral. Do outro, a adaptação do fruto amazônico como sobremesa popular no Sul e Sudeste, servida com frutas, leite condensado, granola e outros complementos.