A Região Norte do Brasil encerrou o mês de janeiro com uma tendência de aumento nos casos de COVID-19, conforme o Boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os grupos mais afetados por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Amazonas são os idosos e crianças com menos de um ano, sendo registradas duas mortes até o momento.
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) divulgou os dados relativos ao mês de janeiro nesta segunda-feira (03). O levantamento, que abrange o período de 1º de janeiro a 1º de fevereiro, revela 309 notificações de SRAG, das quais 108 foram relacionadas a vírus respiratórios, além de duas mortes.
A análise mostrou que, nas últimas três semanas, dois grupos etários foram os mais impactados: pessoas com 60 anos ou mais (28,7%) e crianças com menos de um ano (28,7%). Outros grupos apresentam proporções menores, como as crianças de 1 a 4 anos (13,9%), adultos de 40 a 59 anos (12%), de 20 a 39 anos (8,3%), e as faixas etárias de 5 a 9 anos (6,5%) e 10 a 19 anos (1,9%).
Nos últimos dias, os vírus respiratórios mais identificados em amostras laboratoriais foram o coronavírus SARS-CoV-2 (64,4%), o rinovírus (28,4%), adenovírus (8,1%), o vírus sincicial respiratório (1,9%), metapneumovírus (1,8%), influenza B (1,5%), influenza A (1,1%) e parainfluenza (1%), entre outros.
A pesquisadora da Fiocruz, Tatiana Portela, reiterou as orientações de prevenção: “Se apresentar sintomas gripais, é recomendado ficar em casa, em isolamento, para evitar a transmissão do vírus. Caso o isolamento não seja possível, é fundamental usar máscara. Além disso, é essencial que todos estejam em dia com a vacinação contra a COVID-19.”
O Boletim Infogripe da Fiocruz apontou, até 25 de janeiro, 900 casos graves de SRAG por COVID-19 no Brasil e pelo menos 287 mortes devido a síndromes respiratórias causadas por diferentes vírus. Desses óbitos, 78,7% (225) estão relacionados ao SARS-CoV-2. O boletim também indica uma tendência de aumento de casos de SRAG por COVID-19 em nove estados das regiões Norte e Nordeste: Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Tocantins, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe. Pesquisadores alertam que a disseminação de uma nova variante mais transmissível pode estar em curso.
A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES) informou, por meio de nota, que possui 17 unidades de referência para atendimento à população, com equipes treinadas para oferecer suporte completo. A SES também destacou que a rede hospitalar desenvolve “estratégias essenciais no controle de SRAG,” como triagem de sintomáticos respiratórios, testagem rápida para diagnóstico de COVID-19, exames laboratoriais para identificação de outros vírus, e exames de imagem e tratamento conforme o quadro clínico do paciente.
A nota enfatiza que, ao surgir os primeiros sintomas gripais, é fundamental manter a hidratação, usar máscara e procurar as Unidades Básicas de Saúde. Caso o quadro seja mais grave, o atendimento hospitalar é indicado. A FVS-RCP recomenda medidas preventivas como a higienização frequente das mãos, adotar a etiqueta respiratória (cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar), evitar aglomerações e garantir a vacinação.
O atual esquema de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) orienta que todas as crianças de 6 meses a menos de 5 anos recebam duas ou três doses, conforme o tipo de imunizante. Idosos e pessoas imunocomprometidas devem tomar uma dose de reforço a cada seis meses. Grávidas devem ser vacinadas durante a gestação, e pessoas de grupos vulneráveis, como indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência ou comorbidades, devem receber um reforço anual.