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O cinema brasileiro vai marcar presença na 27ª edição do Shanghai International Film Festival, o maior festival de cinema da Ásia e um dos mais relevantes do mundo. O longa-metragem “Cyclone”, da cineasta Flavia Castro — conhecida pelos premiados “Deslembro” e “Diário de uma Busca” — fará sua estreia mundial no evento, que acontece em junho.
Protagonizado por Luiza Mariani, de “Todas as Canções de Amor”, o filme acompanha a história de Dayse, uma operária de gráfica que sonha em ser reconhecida como autora de teatro na conservadora São Paulo de 1919. A trama acompanha sua luta por espaço em um universo dominado por homens, enquanto enfrenta os desafios de sua própria existência.
O projeto nasceu como um desejo pessoal da própria Luiza, que viveu a personagem nos palcos e também participou da construção do roteiro, assinado por Rita Piffer. Agora, o filme chega à competição oficial do festival asiático, concorrendo ao Golden Globet (Cálice de Ouro), prêmio principal do evento, que existe desde 1993. Na disputa, estão produções de países como Alemanha, Argentina e Quirguistão.
A produção reúne nomes de peso do cinema nacional. Além de Luiza, o elenco conta com Eduardo Moscovis (“Ela e Eu”), Karine Teles (“Benzinho”), Luciana Paes (“Sinfonia da Necrópole”), Magali Biff (“Pela Janela”) e Ricardo Teodoro (“Baby”). O filme tem produção de Luiza Mariani, Joana Mariani e Eliane Ferreira, com coprodução de ninguém menos que Walter Salles e Maria Carlota Bruno, dupla responsável pelo indicado ao Oscar “Ainda Estou Aqui”. A distribuição no Brasil será feita pela Bretz Films, com estreia prevista para o segundo semestre de 2025.
“Cyclone” é livremente inspirado nas obras “O Perfeito Cozinheiro das Almas Deste Mundo”, de Oswald de Andrade, e “Neve na Manhã de São Paulo”, de José Roberto Walker. O primeiro é uma espécie de diário coletivo de uma garçonnière mantida por Oswald no centro de São Paulo na década de 1910. Nesse ambiente, circulavam figuras como Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia e Monteiro Lobato, que, sob pseudônimos, colaboravam com bilhetes, receitas, desenhos e reflexões. A única mulher nesse círculo era Maria de Lourdes Castro Pontes, apelidada de Deisi ou Cyclone, que se tornou a grande inspiração para a protagonista do filme.
Na história, Dayse divide seu tempo entre o trabalho na gráfica e sua colaboração, feita em segredo, no Theatro Municipal, onde também vive um romance com o diretor Heitor Gamba, homem casado e respeitado como autor teatral. Enquanto busca uma bolsa de estudos em Paris para seguir seu sonho como dramaturga, a personagem se depara com uma gravidez inesperada e decide realizar um aborto clandestino — decisão que se torna seu maior desafio.
O filme traz como sinopse oficial: “São Paulo, 1919. Lutando contra todos os preconceitos, uma dramaturga da classe trabalhadora, de espírito livre e agressivo, ganha uma prestigiosa bolsa para estudar teatro em Paris, mas logo descobre que o maior obstáculo para o sucesso é sobreviver a um aborto clandestino.”
“Cyclone” estreia mundialmente em junho, no maior festival de cinema da Ásia, e chega aos cinemas brasileiros no segundo semestre deste ano.