O vereador Rodrigo Guedes (PP) formalizou uma representação junto à Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) para apuração do cancelamento do concurso público da Câmara Municipal de Manaus (CMM). O defensor Carlos Almeida Filho declarou publicamente nas redes sociais que instaurará um procedimento para apuração coletiva relacionado ao cancelamento do concurso.
A Comissão dos Aprovados informou que organiza uma lista de interessados para demonstrar a dimensão social do impacto da anulação, especialmente de candidatos que não têm condições financeiras de ajuizar ações individuais.
“O ponto mais sensível desse imbróglio é que apenas três cargos, entre os 30 ofertados, foram alvo de suspeitas iniciais. Ou seja, 27 cargos – e todos os aprovados nestas áreas -foram injustamente atingidos por uma decisão sumária e generalizada, sem qualquer apuração que justificasse a anulação integral do concurso”, afirmou o presidente da Comissão dos Aprovados, Tiago Crispim.
Crispim declarou que os aprovados no concurso estão se organizando para nos próximos dias fazerem uma manifestação em frente ao MP-AM. “Com essa nova informação sobre a instauração de um procedimento para apuração coletiva do DPE-AM iremos nos mobilizar nos próximos dias para irmos ao MP-AM. Esperamos que os ventos soprem a favor da legalidade, da razoabilidade e do direito dos aprovados”, disse Tiago Crispim.
Sindicância não encontra fraude
O concurso público da Câmara Municipal de Manaus (CMM), anulado em março deste ano, ganhou novos desdobramentos nas últimas semanas e reacendeu a esperança dos mais de 19 mil candidatos que participaram do certame.
Tudo começou com a revelação do relatório final da sindicância interna da Câmara, instaurada para apurar denúncias de favorecimento envolvendo servidores da Casa Legislativa. O documento, assinado e protocolado oficialmente, afastou qualquer indício de fraude ou mácula envolvendo os nomes citados, incluindo o procurador Sílvio Bringel e seus familiares. A conclusão unânime da comissão foi clara: não houve favorecimento ou ilegalidade nos concursos públicos realizados pela Casa.
A divulgação do relatório provocou fortes reações no plenário da CMM. Os vereadores Rodrigo Guedes, Zé Ricardo e Coronel Rosses se manifestaram publicamente, exigindo da Mesa Diretora uma reavaliação imediata da decisão que anulou todos os editais do concurso. Diante da pressão, os aprovados se mobilizaram e compareceram em peso à galeria da CMM, onde exibiram faixas e cobraram um posicionamento do presidente da CMM, David Reis (Avante).
David Reis recebe aprovados
Após apelação dos vereadores durante sessão plenária. David Reis recebeu em seu gabinete a Comissão dos Aprovados no concurso. Na situação, o presidente da CMM afirmou estar disposto a reavaliar o cancelamento, desde que haja nova manifestação favorável por parte do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) ou do Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam).
Após a reunião com o presidente da CMM, integrantes da Comissão dos Aprovados se dirigiram ao MP-AM no mesmo dia, onde foram recebidos pelo promotor Armando Gurgel, responsável pelo caso. Depois de um intenso diálogo, o promotor se comprometeu a analisar uma nova petição para eventual reavaliação da recomendação anterior de anulação total.