Com a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira, 21, aos 87 anos, nomes do alto clero católico ao redor do mundo voltaram a ganhar os holofotes. Um deles vem diretamente da região Norte do Brasil: Dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus (AM), e primeiro cardeal da história da Igreja Católica na Amazônia, figura entre os mais cotados para suceder o pontífice argentino.
Steiner integra uma lista de 14 cardeais que serão avaliados durante o Conclave — o ritual secreto realizado no Vaticano para a escolha do novo Papa. Nomeado cardeal em agosto de 2022, Steiner viu sua missão pastoral na Amazônia ganhar projeção global com o aval direto de Francisco.
Ao ser nomeado, o arcebispo destacou a importância de se olhar para a floresta e para os povos da região: “É uma alegria ter um cardeal na Amazônia, que não ficou esquecida pelo Papa”, declarou à imprensa na época. “O Papa está olhando para as periferias, para onde a igreja pode ser muito viva”, completou.
Natural de Forquilhinha (SC), Dom Leonardo foi nomeado bispo em 2005 por João Paulo II e já ocupou cargos estratégicos na Igreja brasileira. Foi secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por dois mandatos e atuou como bispo auxiliar de Brasília, a convite do então Papa Bento XVI. Sua trajetória é marcada pelo compromisso com a missão franciscana — ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1976 — e por uma sólida formação acadêmica: é doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma.

Outro brasileiro na disputa
Além de Steiner, outro brasileiro também é cotado para a sucessão papal: o cardeal Sérgio da Rocha, atual arcebispo de Salvador (BA). Natural do interior de São Paulo, ele foi nomeado para o cargo em 2020 e tem forte atuação na estrutura organizacional da Igreja. Mestre em Teologia Moral, Sérgio da Rocha integra a Congregação para os Bispos desde 2021 e passou a fazer parte do Conselho dos Cardeais em 2023 — grupo responsável por assessorar o Papa na reforma da Cúria Romana.

Favoritos internacionais
A lista dos principais nomes também inclui líderes religiosos de diferentes partes do mundo, com destaque para três italianos: Pietro Parolin (secretário de Estado do Vaticano), Matteo Maria Zuppi (arcebispo de Bolonha) e Pierbattista Pizzaballa (patriarca latino de Jerusalém).
Outros cardeais influentes cotados são: Jean-Marc Aveline, de Marselha (França); Peter Erdo, da Hungria; José Tolentino de Mendonça (Portugal), atual prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação; Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos; Luis Antonio Tagle, das Filipinas; Robert Francis Prevost (EUA/Peru); Wilton Gregory, arcebispo de Washington D.C.; e Blase Cupich, de Chicago.
A escolha do novo Papa deve acontecer nos próximos dias e marcará um novo capítulo na história da Igreja Católica — possivelmente com um olhar mais atento à floresta e aos povos da Amazônia.