Em uma conversa de meia hora nesta terça-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adotaram uma posição conjunta: pressionar o governo da Venezuela a divulgar imediatamente os dados completos, transparentes e detalhados das eleições recentes. Ambos os líderes expressaram a necessidade de garantir um resultado eleitoral sem fraude.
Apesar da pressão conjunta, assessores dos dois países mostram-se céticos quanto à possibilidade de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela divulgar as atas eleitorais. Observadores norte-americanos sugerem que, se as atas fossem divulgadas, o resultado não corresponderia ao anúncio oficial de que Nicolás Maduro venceu com 51,2% dos votos contra 44,2% de Edmundo Gonzalez Urrutia. Até o momento, o resultado final não foi divulgado, embora Maduro já tenha sido proclamado vencedor.
O governo de Maduro está alegando que a oposição destruiu os sistemas de votação e que a líder opositora, Maria Corina Machado, está em posse das atas das eleições e as teria fraudado. Com isso, Maduro argumenta que a divulgação das atas não é possível, pois elas teriam sido destruídas pela oposição para evitar a confirmação de sua vitória.
Entre assessores de Lula e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, prevalece a avaliação de que, se Maduro tivesse segurança em sua vitória, as atas já teriam sido divulgadas. A falta de transparência gera ceticismo dentro do governo brasileiro sobre a possibilidade de os dados das eleições serem tornados públicos. Atualmente, a equipe de Lula adota uma postura de “compasso de espera”, pois, sem as atas, é impossível fazer um posicionamento claro sobre a eleição venezuelana.
A situação se agrava com o aumento dos protestos nas ruas de Caracas, onde a resposta do regime de Maduro tem sido violenta. Até agora, pelo menos 11 pessoas morreram nos confrontos.
