Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP), em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), divulgou na última segunda-feira (30/09) uma atualização do Informe Epidemiológico de Vírus Respiratórios. Segundo o relatório, entre 1º de janeiro e 28 de setembro de 2024, o estado notificou 3.614 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), um quadro clínico que pode ser causado por diversas infecções respiratórias. Desses casos, 1.538 foram confirmados como resultantes de vírus respiratórios, com 15 novos registros nas últimas três semanas. Ao longo do ano, o Amazonas já contabilizou 52 mortes relacionadas a vírus respiratórios, sendo que os casos mais recentes indicam uma prevalência crescente entre faixas etárias vulneráveis, como crianças e idosos.
De acordo com a FVS-RCP, 73 casos de SRAG foram registrados nas últimas três semanas, refletindo a alta circulação de vírus respiratórios no estado. Os dados também destacam que 40% dos casos recentes atingiram crianças entre 1 e 4 anos, enquanto idosos com 60 anos ou mais representaram 20% das infecções. Além disso, 13,3% dos casos ocorreram em bebês com menos de 1 ano, evidenciando a fragilidade desses grupos diante dos vírus sazonais.
Entre os vírus mais detectados, o Rinovírus se destacou, responsável por 23,8% dos casos notificados, seguido pelo Adenovírus, que causou 6% das infecções, e o SARS-CoV-2, com 0,5%. Apesar do baixo percentual de casos de covid-19, o coronavírus continua circulando e contribuindo para o quadro geral de infecções respiratórias na região.
Contexto Epidemiológico no Amazonas
O Amazonas, por sua geografia e clima úmido, historicamente lida com um alto volume de infecções respiratórias, principalmente durante o período de chuvas e aumento da umidade. A combinação de fatores como acesso desigual aos serviços de saúde em áreas remotas e a fragilidade das populações indígenas e ribeirinhas torna a região especialmente vulnerável.
Nos últimos anos, o estado tem enfrentado surtos graves, como o aumento de casos de covid-19 e influenza. Em 2024, a circulação de diferentes vírus, como Rinovírus e Adenovírus, tem pressionado o sistema de saúde. Esses vírus, embora mais comuns em quadros leves de resfriado, podem provocar complicações graves em pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, como crianças, idosos e pacientes com comorbidades.