A Eneva S/A, patrocinadora do Festival de Parintins nos últimos três anos, está sendo investigada pelo Ministério Público Federal do Amazonas (MPF/AM) por supostas ameaças contra lideranças indígenas no “Campo do Azulão”. A empresa, que opera na exploração de petróleo e gás na região de Silves e Itapiranga desde 2018, é acusada de violações contra os direitos dos povos indígenas.
A investigação foi aberta após um relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontar diversas infrações, incluindo ameaças ao cacique Jonas Mura da Aldeia Gavião Real II. Mura, que faz parte do Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, relatou ameaças de morte desde 2016, coincidindo com as atividades de exploração de gás na área.
Além das ameaças, a CPT denuncia que a presença da Eneva prejudica o acesso a alimentos e a qualidade da água para as comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas locais.
Em defesa, a Eneva afirmou que não foram identificadas comunidades tradicionais nas áreas de suas operações, segundo dados da FUNAI e INCRA, e que mantém um diálogo contínuo com todos os agentes envolvidos. A empresa também destacou seu compromisso com o desenvolvimento socioeconômico e cultural da região, evidenciado pelo patrocínio ao Festival de Parintins.
Nota da Eneva
A Eneva defendeu-se das acusações em nota, afirmando seu compromisso com a conformidade legal e o diálogo com as comunidades locais, e destacou que suas licenças ambientais estão vigentes conforme decisões institucionais.
Contraste com o Patrocínio
Apesar das acusações, a Eneva investiu cerca de R$ 15 milhões no Festival de Parintins 2024, evento que celebra a cultura indígena da Amazônia. A empresa enfatizou seu orgulho em contribuir para a economia local e a promoção da tradição amazônica.
Essa investigação destaca a tensão entre as atividades econômicas e os direitos dos povos tradicionais na Amazônia.