Neste domingo, o governo socialista de Nicolás Maduro enfrentará um dos maiores desafios eleitorais de sua administração. Em seu 11º ano no poder e buscando a terceira reeleição, Maduro, de 61 anos, vê sua liderança ameaçada por uma crescente oposição.
Pesquisas de intenção de voto indicam uma significativa desvantagem para Maduro, que conta com apenas 20% das intenções de voto. Seu principal adversário, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, lidera a corrida com mais de 50%. Além deles, outros oito candidatos também estão na disputa presidencial.
Histórico de Eleições Conturbadas
As eleições anteriores na Venezuela foram frequentemente marcadas por denúncias de fraude e irregularidades. Organizações internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA), além de governos dos Estados Unidos e da União Europeia, já condenaram os processos eleitorais no país, alegando falta de transparência e a exclusão de partidos de oposição, rotulados por Maduro como marionetes “fascistas”.
Desta vez, Maduro permitiu a participação da Plataforma Unitária, coalizão de partidos opositores, em um acordo que resultou em um breve alívio das sanções econômicas impostas pelos EUA. No entanto, as sanções foram rapidamente reimpostas devido ao bloqueio da candidatura de María Corina Machado e outras medidas restritivas contra opositores.
Oposição em Foco
María Corina Machado, uma ex-deputada que se autodenomina “liberal”, venceu com mais de 90% nas primárias da oposição venezuelana em outubro do ano passado. Contudo, sua candidatura foi barrada pelo governo de Maduro, com a decisão sendo posteriormente confirmada pela Suprema Corte da Venezuela.
Mais recentemente, Maduro cancelou o convite à missão da União Europeia para monitorar o processo eleitoral, enquanto a ONU confirmou o envio de observadores, que não têm previsão de fazer declarações públicas.
Análise Especializada
Especialistas avaliam os desafios e as condições das eleições de 2024 na Venezuela. Phil Gunson, analista sênior da consultoria Crisis Group, com sede em Caracas, comentou: “As condições da eleição estão extremamente desequilibradas, com o governo usando todos os recursos estatais para favorecer Nicolás Maduro. Portanto, a eleição não é justa. No entanto, a oposição ainda tem chances. De fato, as pesquisas mostram Edmundo González, substituto de María Corina, com uma vantagem de pelo menos 20 pontos na intenção de voto.”
A expectativa é alta e o resultado deste pleito pode definir o futuro político da Venezuela, impactando diretamente a população e o cenário internacional.