Após denúncias sobre erosão nas fundações da Ponte Jornalista Phelippe Daou, o Ministério Público abriu inquérito para apurar os fatos. Governo do Amazonas, por sua vez, garante que não há riscos à estrutura. A Ponte Jornalista Phelippe Daou, mais conhecida como Ponte Rio Negro, voltou ao centro das atenções em Manaus após a abertura de um inquérito civil pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM). A medida tem como objetivo apurar a existência de um processo erosivo na base da estrutura e avaliar se há risco de desabamento. A investigação foi motivada por vídeos que circularam nas redes sociais desde novembro do ano passado, mostrando uma erosão visível na cabeceira da ponte, após fortes chuvas. A estrutura, que liga Manaus ao município de Iranduba e foi inaugurada em outubro de 2012, é considerada uma das maiores obras de infraestrutura do estado e custou mais de R$ 1 bilhão. A denúncia sobre a possível fragilidade nas fundações da ponte levou o MPAM a instaurar um inquérito, conduzido pelo promotor Paulo Stélio Sabbá Guimarães, da 63ª Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística. “O objetivo é assegurar que motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres possam ter a certeza de que a ponte não oferece risco e está em perfeitas condições de trafegabilidade”, afirmou o promotor. O Ministério Público também requisitou da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb) um cronograma detalhado das obras de recuperação do talude afetado, além do envio de registros fotográficos caso os reparos já tenham sido concluídos. Em resposta, a Sedurb garantiu que não há qualquer risco de desabamento da ponte. Segundo a nota enviada ao Update Manauara, uma equipe técnica esteve no local em janeiro deste ano e não encontrou anomalias na superestrutura ou nos pilares da ponte. A secretaria reconheceu danos localizados no sistema de drenagem pluvial, com problemas em manilhas de concreto e na escada hidráulica próximas a um dos pilares, mas reforçou que tais danos são superficiais e não comprometem a fundação da ponte. “A situação observada diz respeito unicamente ao sistema de drenagem, que não faz parte da estrutura de sustentação da ponte. Nenhuma anomalia estrutural foi identificada que indique risco de colapso”, diz a nota oficial. Enquanto o inquérito segue em andamento, o MPAM aguarda os documentos solicitados para avaliar as medidas cabíveis. A ponte segue liberada para o tráfego de veículos e pedestres, e o Governo do Estado assegura que a manutenção da estrutura está sendo acompanhada tecnicamente. Veja a nota na íntegra: “A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb) informa que recebeu notificação do Ministério Público do Amazonas (MPAM) e respondeu aos esclarecimentos solicitados. Ressalta que em janeiro deste ano, uma equipe técnica do órgão esteve no local e constatou não haver risco de desabamento. Durante a vistoria, não foram identificadas anomalias estruturais na superestrutura ou em seus elementos de apoio. Foi observada uma interferência localizada na drenagem pluvial, nas proximidades de um dos pilares da ponte, com comprometimento da escada hidráulica e das manilhas de concreto. No entanto, tais elementos pertencem ao sistema de drenagem superficial e não integram a estrutura da ponte, não tendo sido identificada nenhuma consequência direta à fundação ou aos pilares da estrutura.”
Conclave perde dois cardeais eleitores por motivos de saúde, e 133 participarão de votação do novo Papa
O Colégio de Cardeais, corpo responsável pela escolha do novo líder da Igreja Católica, realizou sua sexta reunião geral de congregação na manhã desta terça-feira para dar continuidade ao debate sobre o futuro da instituição. A Santa Sé informou que um total de 133 cardeais terão direito a voto durante o conclave, marcado para iniciar no dia 7 de maio, após dois cardeais precisarem se ausentar por motivos de saúde. A reunião de congregação contou com a participação de 183 cardeais, incluindo mais de 120 que terão direito a voto no conclave, de acordo com a imprensa do Vaticano. As discussões abordaram o papel da Igreja na paz e a evangelização. Em paralelo, a Santa Sé informou que um cardeal espanhol e outro bósnio não participarão da votação por motivos de saúde, sem confirmar suas identidades. De acordo com a Conferência Episcopal Espanhola, um dos ausentes será Antonio Cañizares, de 79 anos, arcebispo de Valência. Cardeais com menos de 80 anos têm direito a votar na eleição do novo Pontífice, o conclave, que será realizada na Capela Sistina. Existem 252 cardeais nomeados, dos quais 135 teriam direito a voto — antes da confirmação das duas ausências, que baixou o número para 133. Para eleger um novo Papa, será necessário que um dos cardeais receba um mínimo de dois terços dos votos. Os chamados “príncipes” da Igreja Católica realizam reuniões diárias a portas fechadas na sala Paulo VI do Vaticano desde a morte do primeiro Pontífice latino-americano, em 21 de abril, aos 88 anos. As reuniões são as “congregações gerais” nas quais os cardeais debatem as prioridades para o futuro da instituição. Na segunda-feira, por exemplo, o encontro abordou a questão dos abusos sexuais por parte do clero. Um total de 80% dos cardeais eleitores foi designado por Francisco, que criou cardinalatos em regiões remotas, historicamente esquecidas pela Igreja Católica. Muitos cardeais, portanto, não se conhecem. Matteo Bruni, porta-voz da Santa Sé, disse que eles usam cartões com seus nomes para facilitar a identificação. — Há um ambiente fraternal e sincero — disse o cardeal iraquiano Louis Raphaël I Sako. — Um espírito de responsabilidade para buscar alguém que continue o trabalho de Francisco. O estilo e as reformas impulsionadas pelo jesuíta argentino despertaram, no entanto, críticas entre os setores mais conservadores, que agora apostam por uma mudança concentrada na doutrina. A eleição que levou Francisco em 2013 à Cátedra de Pedro demorou dois dias, a mesma duração da votação de seu antecessor, Bento XVI, oito anos antes. Sako também espera um conclave “curto” desta vez, estimando que vá durar “dois ou três dias”. Principais candidatos e desistência Antes do início do conclave, alguns nomes despontam como favoritos para a sucessão de Francisco. Entre eles está o do italiano Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, à medida que crescem conflitos e crises diplomáticas pelo mundo. — Representa um voto para continuar a essência do papado de Francisco, mas sem o instinto rebelde de Francisco — declarou John Allen, editor do jornal católico online Crux, a respeito de Parolin. A casa de apostas britânica William Hill o coloca à frente do filipino Luis Antonio Tagle, seguido pelo cardeal ganês Peter Turkson e pelo também italiano Matteo Zuppi. Enquanto isso, um dos temas mais polêmicos do conclave parece ter se resolvido antes do início. O italiano Angelo Becciu, de 76 anos, desistiu da tentativa de pressionar para entrar na votação, depois de ter sido excluído por decisão de Francisco, que despojou seus privilégios de cardeal após uma operação imobiliária opaca em Londres que o levou à Justiça. Ele insistia que era seu dever participar do conclave porque ainda tinha o título de cardeal e participava das reuniões preparatórias, mas Parolin apresentou dois documentos do Papa Francisco que confirma sua exclusão. “Tendo no coração o bem da Igreja, à qual servi e continuarei servindo com fidelidade e amor, assim como para contribuir com a comunhão e a serenidade do conclave, decidi obedecer como sempre fiz”, afirmou o cardeal em um comunicado enviado à AFP por seu advogado. (Com AFP)