A vacinação contra o sarampo, considerada uma das ferramentas mais eficazes de saúde pública, tem salvado milhões de vidas ao longo das últimas décadas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde o ano 2000, as vacinas contra a doença são responsáveis por evitar cerca de cinco mortes por segundo. Apesar da elevada eficácia – aproximadamente 97% quando administrada em duas doses a partir de um ano de idade – o sarampo segue como um desafio global.
Em 2023, o mundo registrou cerca de 10,3 milhões de casos de sarampo, um aumento de 20% em relação ao ano anterior. Surtos da doença foram reportados em 57 países, concentrando-se principalmente na África, no Mediterrâneo Oriental e no Sudeste Asiático, regiões responsáveis por quase metade dos casos. A gravidade da situação é evidenciada pelo número de mortes, que chegou a 107,5 mil, afetando majoritariamente crianças menores de cinco anos. Complicações graves, como pneumonia, encefalite e até cegueira, também continuam sendo um grave problema associado à doença.
No Brasil, o cenário atual apresenta um viés mais otimista. Após recuperar o certificado de eliminação do sarampo, perdido em 2018, o país foi novamente declarado livre da transmissão autóctone em 2023. O último caso registrado internamente ocorreu em junho de 2022. Contudo, dois casos importados foram confirmados em 2024, vindos do Paquistão e da Inglaterra, o que reforça a importância da vacinação e da vigilância contínua.
No Brasil, a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A adesão à imunização é essencial para manter o controle da doença e evitar novos surtos, garantindo a proteção da população, especialmente das crianças mais vulneráveis.
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