O governo da Coreia do Sul decretou lei marcial nesta terça-feira (3), em uma decisão que gerou intensos protestos e uma rápida reação da oposição. O presidente Yoon justificou a medida alegando a necessidade de “limpar” o país de supostos aliados da Coreia do Norte. No entanto, opositores acusam o governo de instrumentalizar o conflito com Pyongyang para consolidar poder e enfraquecer o Parlamento.
A lei marcial suspende direitos civis e substitui a legislação ordinária por regras militares, incluindo controle da mídia, restrições às atividades políticas, como manifestações, e limitações sobre o Parlamento e as forças policiais. Além disso, diversos portais de notícias no país relataram instabilidade em seus sistemas, intensificando preocupações sobre censura.
Em um pronunciamento surpresa transmitido pela televisão no início da noite (manhã no horário de Brasília), Yoon também criticou a oposição por medidas recentes no Parlamento, como a moção de impeachment contra promotores — profissão que ele exerceu antes de se tornar presidente — e a rejeição ao orçamento proposto pelo governo.
Milhares de manifestantes se reuniram em frente ao Parlamento, em Seul, protestando contra o decreto. Segundo a imprensa local, tropas militares chegaram a ocupar o prédio legislativo, mas deixaram o local após a votação que anulou a lei marcial. Manifestantes comemoraram a decisão e exigiram a renúncia ou prisão do presidente. Até o momento, não há relatos de prisões ou repressão aos protestos.