A onça-pintada responsável pela morte do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, em Mato Grosso do Sul (MS), foi capturada na quinta-feira (24), três dias após o ataque fatal ocorrido na última segunda-feira (21). O felino, que foi encontrado debilitado, foi levado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande (MS), onde está recebendo cuidados médicos e exames detalhados.
No centro especializado, a onça-pintada passou por uma série de procedimentos de saúde, incluindo coleta de sangue e fezes para análise, além de exames de imagem. Os primeiros exames indicam que o animal pesa 94 quilos, o que é 26 quilos abaixo do peso ideal para sua espécie. De acordo com o professor e pesquisador Gediendson Araújo, especialista em animais de grande porte da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), a saúde debilitada da onça chamou atenção.
“Como é um caso muito atípico, a partir da avaliação clínica e de sanidade, vamos investigar qual doença ela pode ter, porque não é normal um animal desse porte estar tão magro. Isso pode estar relacionado ao comportamento observado no ataque”, explicou Araújo.
Exames revelam estado crítico
O primeiro boletim médico da onça revelou que o felino apresenta um quadro grave de desidratação severa, deficiência hepática e mau funcionamento dos rins. Com os órgãos comprometidos, a principal prioridade da equipe veterinária tem sido hidratar o animal e estabilizar seu estado, considerado crítico.
O secretário executivo de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Artur Falcette, detalhou em entrevista à CNN que a onça está sendo medicada e hidratada por soro. Uma equipe médica especializada está monitorando a saúde do animal com plantões de 24 horas.
“Estamos fazendo todo o possível para estabilizar o quadro da onça. O estado debilitado dela nos surpreendeu e pode nos ajudar a entender melhor as razões do ataque”, afirmou Falcette.
Plano de recuperação e reabilitação
Após estabilizado, o animal passará por uma dieta balanceada que visa sua recuperação e ganho de peso. A expectativa é de que, após os exames finais, o felino seja transferido para um recinto definitivo ou provisório. No entanto, o CRAS ainda aguarda resultados de exames complementares que ajudarão a definir os próximos passos para a recuperação da onça e, eventualmente, seu retorno à natureza.
O caso tem gerado grande repercussão na região e levantado questionamentos sobre o comportamento de animais selvagens em áreas de proximidade com humanos. O tratamento e a reabilitação da onça-pintada são fundamentais não apenas para a preservação do animal, mas também para garantir a segurança das comunidades locais.