Filmes de cineastas indígenas são tema de mostra no Rio

A realidade e a cultura da população indígena no Brasil já foram temas de inúmeros filmes e documentários. Alguns realizados por nomes consagrados como Andrea Tonacci, Jorge Bodanzky, Eryk Rocha e João Moreira Salles. Cada vez mais em voga, no entanto, tem sido as filmagens de obras dos gêneros por profissionais dos próprios povos originários. Para celebrar essa nova realidade, a mostra “Cosmologias da imagem: Cinemas de realização indígena” chega ao Rio de Janeiro com filmes realizados por cineastas indígenas.

Com entradas gratuitas, a mostra acontece no CCBB-RJ a partir desta quarta-feira (16) e vai até o dia 12 de maio. A programação irá exibir 33 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, realizados entre 2011 e 2024.

— Os filmes de coletivos e cineastas indígenas são diversos, assim como são diversos os 305 povos indígenas reconhecidos hoje no Brasil, com suas culturas, seus modos de existência próprios e suas cosmovisões, ou formas de ver e entender o mundo — destaca a antropóloga Júnia Torres, curadora da mostra ao lado da artista visual Olinda Tupinambá. — Essa diversidade de manifestações culturais constitutivas dos indígenas, ou povos originários, corresponde uma pluralidade também de suas formas de expressão, como o cinema, que dialoga com cada uma dessas tradições culturais diversas.

"Nūhū Yãg Mū Yõg Hãm: Essa terra é nossa!", de Sueli Maxakali, Isael Maxakali,  Carolina Canguçu e Roberto Romero — Foto: Divulgação
“Nūhū Yãg Mū Yõg Hãm: Essa terra é nossa!”, de Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero — Foto: Divulgação

Para abrir a programação foi selecionado o longa “Nūhū Yãg Mū Yõg Hãm: Essa terra é nossa!”, de Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero. Premiado em festivais no Brasil e no exterior, o longa retrata a realidade de uma comunidade indígena que teve suas terras cercadas e sua natureza destruída por homens brandos e que hoje tem que lidar com apenas um pequeno espaço de terra em Minas Gerais.

— Quero dar visibilidade para o povo Tikmũ’ũn, mostrar a nossa cultura verdadeira. Pintura, canto, dança e ritual — destaca Isael Maxakali. — “Nūhū Yãg Mū Yõg Hãm: Essa terra é nossa!” mostra o Vale do Mucuri (em Minas), onde nossos mais velhos moravam no passado. Perdemos um território grande, mas fizemos este documentário para afirmar: “essa terra é nossa”.

Outros destaques da seleção são “A transformação de Canuto”, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho, e “Yvy Pyte — Coração da terra”, de Alberto Alvares e José Cury.

Redação Update

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