A startup Airlift Nepal, liderada por Raj Bikram, está usando drones para entregar suprimentos essenciais, como escadas, cordas e cilindros de oxigênio, e coletar lixo acumulado entre os acampamentos da montanha, segundo a emissora norte-americana CNN.
A iniciativa começou em abril do ano passado, quando a startup recebeu dois drones doados pela empresa chinesa DJI, em uma parceria com o Comitê de Controle de Poluição de Sagarmatha (nome nepalês para o Everest).
Na primeira operação de limpeza, um drone conseguiu transportar cerca de 500 kg de lixo do Acampamento Um para o Acampamento Base, a cerca de 6.000 metros de altitude, em uma ação de mais de 40 voos.
Os sherpas, especialistas em navegação nas traiçoeiras cascatas de gelo da Geleira Khumbu, enfrentam riscos mortais. Dezenas perderam a vida nas últimas décadas. “Eles subiam e desciam a montanha várias vezes para traçar rotas e buscar equipamentos. Os drones podem mudar isso”, disse Mingma G Sherpa, da empresa de expedições Imagine Nepal, à CNN.
Enquanto sherpas levam de seis a sete horas para percorrer os 2,9 km entre os acampamentos, um drone faz o trajeto em apenas seis minutos. Além de suprimentos, a tecnologia pode entregar medicamentos e auxiliar em operações de busca e salvamento, geolocalizando alpinistas perdidos.
“Eles indicam as coordenadas por walkie-talkie, dizendo onde precisam de uma escada ou corda, e nós levamos o equipamento em minutos”, diz Milan Pandey, piloto de drones da Airlift.

(Foto: Divulgação/Airlift Technology)
Mas operar drones no Everest não é barato. Cada unidade custa US$ 70 mil (cerca de R$ 412 mil), e os gastos com combustível, mão de obra, acomodação e alimentação no Acampamento Base são altos.
“Não há eletricidade, então precisamos de muito combustível para carregar as baterias”, explica Bikram. Atualmente, apenas um dos dois drones está em uso. O segundo atua como reserva.
Apesar dos custos, a tecnologia é vista como uma evolução. Caroline Ogle, da Adventure Consultants, compara os drones a outras inovações, como previsões meteorológicas e telefones via satélite, que tornaram a escalada mais segura. “Isso protege os sherpas, que trabalham em altitudes extremas”, disse à CNN.