Uma nova espécie de rã venenosa, batizada de Ranitomeya aquamarina, foi descoberta na Amazônia brasileira, às margens do Rio Eiru, afluente do Rio Juruá, perto de Eirunepé, no Amazonas. O achado, publicado na revista ZooKeys no dia 25 de abril de 2025, é o primeiro do gênero Ranitomeya registrado em quase 13 anos. Com apenas 15 a 18 mm – menor que uma moeda de cinco centavos –, o sapo impressiona por suas cores brilhantes, com listras metálicas azul-esverdeadas e detalhes laranja e vermelho, que servem como alerta a predadores sobre sua toxidade.
Os 12 exemplares encontrados viviam em uma área preservada cercada por bananeiras-bravas. O nome aquamarina, que remete a tons de água do mar e à pedra preciosa, foi escolhido por sua coloração única, como explicou Alexander Mônico, pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), que liderou o estudo. “A ‘água-marinha’ também simboliza o valor dessa descoberta”, disse ele em post no Instagram.
Além da beleza, a R. aquamarina surpreendeu pelo comportamento: ela parece ser monogâmica, algo raro entre anfíbios. Os pesquisadores observaram que os sapos vivem em casais, e os machos demonstram fidelidade ao gritarem incessantemente quando suas fêmeas são capturadas, como se pedissem sua devolução. Eles também cantam para marcar território, emitindo trinados longos com 21 a 45 notas pela manhã, empoleirados em folhas, e respondem de forma territorial a gravações de seus próprios chamados.
A espécie é mais ativa durante o dia e possui mãos grandes com discos adesivos nos dedos, o que a torna ágil na floresta. Apesar da descoberta, os pesquisadores alertam que a R. aquamarina pode não ser abundante, já que foi encontrada em apenas um dos quatro locais pesquisados. Mais estudos são necessários para avaliar seu status de conservação. “Esperamos que nossa pesquisa inspire mais interesse pela biodiversidade dessa região e ajude a protegê-la”, afirmaram os autores.



