A influenciadora Gisela Barcelar usou as redes sociais para denunciar uma prática cruel que ainda resiste no turismo da Amazônia: a exploração de animais silvestres para entretenimento de turistas. Em um vídeo emocionado, Gisela classificou a experiência como “o pior passeio turístico” que já fez.
Durante o passeio, a influenciadora se deparou com um macaco preso por cordas próximo a uma aldeia turística, além de outros animais como preguiças e jacarés mantidos em condições precárias. Muitos desses animais são tirados de seu habitat natural e submetidos a maus-tratos para se tornarem “seguros” para fotos: têm asas cortadas, são privados de água e alimento, e mantidos em estado de quase morte.
“Eu pensei muito antes de expor esse vídeo, porque a viagem para a Amazônia foi maravilhosa, é um lugar que todos devemos conhecer! Cheio de cultura, da imensidão que é a natureza do nosso Brasil. Mas o turismo também tem suas partes ruins”, relatou Gisela, reforçando que não se trata de uma crítica à cultura dos povos indígenas nem ao turismo em si, mas a práticas abusivas que ainda acontecem sob olhares tolerantes.
Essa realidade, no entanto, não é novidade. O uso de animais silvestres para fotos é um problema antigo e amplamente conhecido em regiões turísticas da Amazônia. Agências de turismo, guias e até turistas, em muitos casos, contribuem para perpetuar essa prática. Muitas vezes, antes mesmo de chegar ao local, o guia já informa que haverá a oportunidade para tirar fotos com os animais, deixando a decisão nas mãos do visitante — mas sem alertar para a gravidade da situação.
É preciso destacar que essa prática configura crime ambiental. Mesmo com alguns registros de prisão, a falta de fiscalização eficiente e a reincidência dos casos demonstram um ciclo difícil de ser quebrado. Ribeirinhos e indígenas envolvidos nessa dinâmica muitas vezes têm consciência da ilegalidade, mas se apoiam na falta de alternativas de renda e nas brechas legais.
A denúncia feita por Gisela Barcelar reacende uma discussão urgente: como romper esse ciclo? A conscientização é o primeiro passo, mas, sem políticas públicas que ofereçam alternativas reais de sustento para essas comunidades, dificilmente o problema será erradicado. A Amazônia é rica em cultura, biodiversidade e belezas naturais. Explorar esses potenciais sem violência contra a vida silvestre é o caminho para um turismo sustentável, que respeite tanto os animais quanto as pessoas.