De 1º de janeiro a 27 de maio, os casos de esporotricose humana aumentaram 424% no Amazonas, conforme o último informe Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), divulgado na terça feira (27). Em 2025 já foram registrados 603 casos da doença. A esporotricose é uma infecção por fungos do gênero Sporothrix, que vivem naturalmente no solo, em cascas de árvores e na vegetação em decomposição, podendo infectar humanos, gatos, cães e outros mamíferos. Do total de casos em 2025 até o momento, 569 foram confirmados em Manaus e 34 foram confirmados em nove municípios do interior. Veja os outros municípios que tiveram casos confirmados no estado: No Amazonas, o número de casos confirmados da doença registra aumento desde 2022, quando foram confirmados 338 casos. Comparado aos primeiros cinco meses de 2025, houve um crescimento de 78%. Para o enfrentamento e monitoramento da doença, foi estabelecido um grupo de trabalho com diferentes unidades de saúde e meio ambiente do estado. “A FVS faz parte de um grupo técnico junto com demais instituições de saúde e do meio ambiente onde realiza ações de prevenção e propagação da doença” explicou a gerente de vigilância epidemiológica da FVS-RCP, Lilian Furtado. Transmissão, sintomas e tratamento A transmissão para humanos ocorre pela implantação do fungo na pele ou mucosa, por meio de contato com espinhos, palha ou lascas de madeira que estiveram em contato com vegetais em decomposição contaminados pelo fungo. Os animais também podem transmitir a doença para humanos e outros animais por meio de arranhadura, mordedura ou lambedura e pelo contato com secreções respiratórias e lesões na pele e mucosas. Em caso de suspeita de esporotricose animal, a orientação é levar o animal ao veterinário, com urgência. Os sintomas mais comuns são feridas profundas na pele, geralmente com pus, que não cicatrizam e que costumam piorar rapidamente, além de espirros frequentes. As principais formas clínicas da doença em animais são: Em humanos, a lesão inicial parece com uma picada de inseto e vai aumentando, com difícil cicatrização. Em casos mais graves, por exemplo, quando o fungo afeta os pulmões, podem surgir tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre. Na forma pulmonar, os sintomas se assemelham aos da tuberculose. O fungo também pode afetar os ossos e articulações, manifestando-se como inchaço e dor aos movimentos, bastante semelhantes ao de uma artrite infecciosa. O período de incubação é variável, de uma semana a um mês, podendo chegar a seis meses após a inoculação, ou seja, a entrada do fungo no organismo humano. As formas clínicas da doença vão depender de fatores como o estado imunológico do indivíduo e a profundidade da lesão. As principais são: O tratamento para esporotricose em animais é feito com um medicamento antifúngico. O tratamento é feito com antifúngicos oferecidos gratuitamente pelo SUS. A duração do tratamento pode variar de três a seis meses.
Caçador encontrado após mais de 50 dias desaparecido no AM disse ter sido encantado por ‘entidade da floresta’
O caçador Magnilson da Silva Araújo, de 34 anos, encontrado vivo após mais de 50 dias desaparecido em uma área de mata no interior do Amazonas, disse ao irmão que se perdeu após ter sido encantado por uma “entidade da floresta” que se dizia “mãe da mata”. Magnilson desapareceu no dia 7 de abril, durante uma caçada com outros dois comunitários na região do km 50 da rodovia AM-352, que liga os municípios de Manacapuru a Novo Airão. Segundo os familiares, em determinado momento da caçada, ele decidiu seguir sozinho por um caminho diferente. Desde então, não havia sido mais visto. O irmão de Magnilson, o autônomo Francisco da Silva Araújo, contou que o caçador relatou brevemente o que teria acontecido durante o desaparecimento: ele disse que passou a acreditar estar sendo guiado por uma “entidade da floresta”. “Ele só falou que estava encantado. Tinha uma mulher que chamava, e ele saiu buscando essa mulher que levava ele e dizia que era a ‘mãe da mata’. Ele estava atordoado, andava, andava e voltava para o mesmo lugar. Tentou se matar, mas não tinha mais cartuchos. Então ele orou e disse que Deus o guiou até a casa de uma pessoa evangélica, onde foi encontrado”, disse. Francisco afirmou que o irmão não deu mais detalhes sobre como sobreviveu durante o período em que esteve perdido na mata por ainda estar muito debilitado. O caçador está internado em uma unidade de saúde em Manacapuru. Resgate Na manhã da quarta-feira (28), Magnilson reapareceu em uma área de mata no Ramal do Tumbira, cerca de 5 km do ponto onde foi visto pela última vez. Desidratado e visivelmente debilitado, ele surgiu próximo a uma residência e pediu ajuda. O caçador foi acolhido por moradores da região, que lhe ofereceram comida. No entanto, devido ao estado de fraqueza, passou mal após se alimentar e precisou ser levado pelo Corpo de Bombeiros a uma unidade hospitalar. Equipes do Corpo de Bombeiros de Novo Airão e Manaus chegaram a atuar nas buscas por mais de dez dias com auxílio de cães farejadores, mas nenhuma pista havia sido encontrada até então. Familiares e moradores da região também participaram da procura. Após o resgate, a família que acolheu Magnilson fez uma publicação nas redes sociais, e foi por meio dela que os parentes ficaram sabendo que ele estava vivo. Durante o reencontro, uma familiar emocionada gravou um vídeo relatando o estado dele e agradecendo pelo apoio recebido: “Ele tá aqui! Obrigada por todo apoio e oração. Deus botou a mão na vida dele e ele está vivo até hoje”.