A fachada do antigo prédio da Receita Federal, na rua Marechal Deodoro, no centro de Manaus, ganha novos núcleos com o projeto “Arte no Topo”. Contemplada pela Lei Paulo Gustavo (LPG), da Prefeitura de Manaus , por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), a iniciativa busca transformar a paisagem da cidade por meio de obras de grafite e muralismo nas laterais de prédios (chamadas de empenas), criando grandes intervenções artísticas. O objetivo do projeto é valorizar a cultura local, promover a expressão artística e social e, não menos importante, embelezar o ambiente urbano com núcleos e formas. O tema da obra faz referência ao típico ditado popular: “Quem come jaraqui, nunca mais sai daqui”, e apresenta o desenho de uma cambada de jaraquis, peixe típico da Amazônia. O presidente da Concultura, Tony Medeiros, ressaltou a importância do projeto para a promoção da cultura local, destacando o impacto positivo que ações como essa têm para a cidade. “Este projeto é uma verdadeira expressão do nosso compromisso com a valorização da arte e da cultura local. Com o apoio da Prefeitura de Manaus, por meio da GLP, o projeto ‘Arte no Topo’ simboliza a ascensão de nossa cultura e identidade. Estamos felizes com a execução do projeto e ansiosos para que a população de Manaus vivencie essa experiência visual, que resgate e celebre nossas raízes”, destacou o presidente. O artista e idealizador do projeto “Arte no Topo”, Jarbas Lobão, destacou a importância de levar a arte manauara para a rua e destacar elementos culturais típicos da região. “Está sendo uma ótima experiência, pois estamos mostrando ao povo local a arte manauara, ressaltando algo bem típico de nossa região, com o dito popular ‘Quem vem jaraqui nunca mais saiu daqui’. É sempre uma honra poder levar a arte a lugares antes inimagináveis em Manaus, contribuindo automaticamente para a democratização da arte e seu alcance a todos”, afirmou Lobão. O projeto é uma maneira de levar arte e vida para as alturas, democratizando o acesso à cultura. Assim, tanto o público próximo ao prédio quanto os mais distantes terão a oportunidade de apreciar a obra, criando um diálogo entre a arte e a população. Iniciada no dia 27/2, a estimativa de conclusão do projeto é até a primeira quinzena de abril, dependendo das condições climáticas. Além de Lobão, os artistas Panda e Sprok também assinaram a obra. O projeto “Arte no Topo” foi um dos selecionados pelo Concurso Prêmio Manaus Identidade Cultural – Demais Linguagens (Edital 005/2023), por meio da Lei Paulo Gustavo (LPG), da Prefeitura de Manaus, por meio da Concultura, com o apoio do Ministério da Cultura, do governo federal.
Astrônomos confirmam existência de oxigênio na galáxia mais distante da Terra
Descoberta no ano passado pelo telescópio espacial James Webb, a galáxia JADES-GS-z14-0 está tão distante que sua luz demorou 13,4 bilhões de anos para chegar até nós. Uma distância recorde que revela como era o início do Universo, que nasceu há 13,8 bilhões de anos. Também é notavelmente luminosa, o que demonstra uma intensa atividade estelar em uma época em que, segundo a teoria e as observações, deveria ser muito mais tênue. Desde que começou a operar em 2022, o telescópio James Webb mostrou que as galáxias apareceram antes do previsto e eram mais luminosas do que o esperado. Duas equipes internacionais, uma holandesa e outra italiana, confirmam esse cenário com observações realizadas utilizando o radiotelescópio ALMA do Observatório Europeu Austral (ESO), no Chile. Veja fotos das galáxias espirais registradas pelo telescópio James Webb A detecção confirmada de rastros de oxigênio em JADES-GS-z14-0, da qual apenas se suspeitava com o telescópio James Webb, é surpreendente. Em princípio, as galáxias que surgiram na época do que é conhecido como aurora cósmica são consideradas pobres em elementos pesados, como o oxigênio. “É como encontrar um adolescente onde se esperam apenas bebês”, disse Sander Schouws, doutorando no Observatório Holandês de Leiden e autor principal de um estudo próximo de ser publicado no The Astrophysical Journal, citado pelo ESO. Uma metáfora que ilustra o fato de que as primeiras estrelas de uma galáxia jovem funcionam com elementos leves como o hidrogênio e o hélio, e que somente depois de uma lenta evolução sua galáxia se enriquece com elementos pesados. Os resultados mostram que a JADES-GS-z14-0 “se formou muito rapidamente e evolui com a mesma rapidez, reforçando um conjunto crescente de evidências que sugerem que a formação de galáxias ocorre muito mais rapidamente do que se pensava”, acrescentou Schouws. Os dois estudos indicam que essa galáxia contém aproximadamente dez vezes mais elementos pesados do que o previsto, segundo o comunicado do ESO. “A prova de que uma galáxia já era madura no Universo nascente levanta perguntas sobre o momento e a maneira como se formaram”, declarou Stefano Carniani, da Escola Normal Superior de Pisa e autor do segundo estudo, que será publicado na Astronomy & Astrophysics.