Projeto criado pela Sail For Health e Universidade de Oxford, da Inglaterra, busca tirar proveito da diversidade brasileira para universalizar os testees de medicamentos e facilitar sua aprovação por agencias reguladoras. Um olhar integrado para a saúde das pessoas, dos animais e do planeta: é o que prega o conceito “One Health” da Organização Mundial da Saúde (OMS) e também guiou uma imersão na Amazônia realizada em 2023 pela fundadora da SAIL for Health, Marina Domenech, a convite da Sthorm e PlanetaryX. Fundada em 2022, a empresa atua como um hub de inovação para catalisar iniciativas de impacto na saúde e conectar players, academia e indústria para desenvolver soluções – seja para atrair investimentos, reter e desenvolver tecnologia no país ou promover o acesso. No ano passado, um investimento de £ 5 milhões (R$ 31,75 milhões) da SAIL financiou a criação de uma cadeira perpétua de Saúde Global e Desenvolvimento Clínico na Universidade de Oxford – o que seria uma porta para o Brasil adentrar em fundações e instituições internacionais, e se tornar protagonista da ciência no mundo. + Por apenas R$37, tenha acesso a 3 aulas introdutórias que vão mudar sua perspectiva. Inscreva-se agora e descubra o plano prático para se tornar um gestor ESG. A experiência nas comunidades de Mauês, município do Amazonas, foi transformadora e abriu um leque de oportunidades para pensar a saúde de forma holística e também com uma atuação mais efetiva junto aos povos originários, contou Marina à EXAME. A partir dela, a empresa vem se dedicando a projetos pioneiros na área. “Entendemos que o primeiro passo seria ouvir essa população, entender suas reais necessidades, o que querem, e traçar estratégias que os incluam no desenho e na execução de políticas públicas. O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo, e a cultura indígena, com toda sua tradição e conhecimento, tem muito a nos ensinar”, disse. O mais recente e que está sendo desenvolvido é um estudo pioneiro de saúde dedicado a pesquisas de povos originários na própria comunidade, em parceria com o International Vaccine Institute (IVI) e com apoio de organizações locais. O projeto foi desenhado inicialmente para estudar a febre tifoide e compreender se os indígenas locais possuem anticorpos para a doença, sua incidência, além de apontar caminhos e estratégias para garantir o acesso ao tratamento. Em um segundo momento, o foco será em entender a relação entre as condições de vida (moradia, alimentação, saneamento) e relação com os casos de doenças no território – a fim de desenvolver políticas públicas efetivas. “Na prática, um protocolo é como se fosse uma ‘bíblia’, que você é obrigado a seguir em testes clínicos de novos medicamentos ou terapias. Mas o que garante sua segurança, eficácia e se de fato irá funcionar em indígenas?”, questionou Marina. Para exemplificar, ela cita os diversos medicamentos aprovados nos EUA ou na Ásia e que demoram a chegar no Brasil pela necessidade de testes na população. No momento em que se analisam grupos diferentes e diversos, se inverte a rota e o estudo clínico passa a ser aceito em qualquer país. “A Ásia, por exemplo, não é uma população miscigenada, então se você faz um estudo lá, ele não é aplicável a nenhum lugar do mundo, é viável só para aquele público. A miscigenação é fator primordial para uma agência reguladora comprovar uma droga de uso global. É um diferencial competitivo, não só uma questão cultural” explicou Marina. Devido ao isolamento geográfico de Mauês, caracterizada por ser remota e de difícil acesso, o primeiro passo foi adaptar o protocolo para que pudesse fornecer o atendimento da população por meio de uma ‘UBS fluvial’ – em ação articulada com o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde do Amazonas. A UBS, primeira da região a receber internet em sua operação e que chegará até os indígenas, também funcionará como um centro de pesquisa. Após a assinatura de um termo, os locais passam por uma triagem e estarão aptos para o estudo. Para de fato promover equidade na saúde pública, a SAIL leva em conta que um país tão diverso como o Brasil precisa considerar as necessidades e características de grupos diferentes – especialmente da população indígena. De acordo com dados do último Censo de 2022 do IBGE, o Brasil tem 1,7 milhão de indígenas pertencentes a mais de 300 etnias, sendo que aproximadamente 40% dessa população vive no Amazonas e na Bahia, seguidos pelos demais estados da região Norte – historicamente a região com maior carência de acesso a serviços de saúde. “A base da população brasileira, que depende de saúde pública e do sistema, no final não tem acesso. Nós queremos mudar este ciclo. Enquanto o mundo discute terapias gênicas vendidas a milhões de dólares, muitas comunidades estão morrendo de diarreia. O acesso é zero. E então a minha diversidade, que é a minha força competitiva como nação em todos os aspectos – seja de cor, genética, das plantas ou da própria natureza – e de onde eu posso tirar drogas, é a mesma que não alcança aos tratamentos”, disse Marina. Neste trabalho de ouvir e aprender com os povos originários, a SAIL também lançou o seu “Creative Lab” e convidou a artista e indígena Yaka Hunikuin, do povo Huni Kuin, para a implementação de um primeiro projeto. Visando unir arte, ciência e inovação, a exposição “Injecting Hope: The Brazilian Contribution” inaugurou no dia 20 de agosto e é uma parceria com a Embaixada do Brasil em Londres e Science Museum para celebrar o papel do Brasil no desenvolvimento das vacinas para a Covid-19 e destacar seu potencial – especialmente no quesito biodiversidade. Ao todo, sete artistas trazem oito obras que podem ser conferidas na embaixada até o final deste mês. A jornada do negócio de impacto social “A pandemia foi uma escola para mim”, disse Marina, que também é administradora e durante muitos anos fez carreira como CEO da Intrials Clinical Research. Segundo ela, a Covid-19 despertou um estado de guerra que fez o Brasil tomar a frente – com o Instituto Butantã e a própria Fiocruz encabeçando o desenvolvimento de vacinas. Ao mesmo tempo, ela percebia na época um distanciamento muito grande entre a academia
Vazamento de água na Av. Mário Ypiranga gera caos no trânsito de Manaus
Na manhã desta terça-feira (27), Manaus registrou um grande engarrafamento nas principais vias da cidade, causado por uma manutenção técnica emergencial realizada na avenida Mário Ypiranga. O transtorno no trânsito teve início nas primeiras horas do dia e afetou significativamente a mobilidade urbana. A concessionária Águas de Manaus emitiu uma nota informando que suas equipes estão trabalhando na correção de um vazamento na rede de distribuição de água localizada na avenida. Para a execução do serviço, duas faixas da via foram interditadas, o que contribuiu para o congestionamento na região. Equipes do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) estão no local, orientando os motoristas para minimizar os impactos no tráfego. A previsão é que a manutenção emergencial seja concluída no início da tarde desta terça-feira. Devido à necessidade de reparo na tubulação, o sistema hidráulico que atende a área foi temporariamente paralisado. A empresa informou que o abastecimento de água nas áreas afetadas será retomado gradativamente após a finalização do serviço. As áreas impactadas pela manutenção incluem diversos bairros, como Aleixo, Cachoeirinha, Conjunto Adrianópolis, Celetra, Costa e Silva, Eldorado, Ica Paraíba, Itapuã, Jardim Amazonas, Jardim Paulista, Manauense, Murici, Uirapuru, Vila Amazônia, Nossa Senhora das Graças, Praça 14 de Janeiro, Raiz, São Francisco e São Sebastião. A situação gerou transtornos para milhares de motoristas e moradores dessas localidades, que enfrentaram longas filas e atrasos. As autoridades pedem paciência aos cidadãos e recomendam que, se possível, evitem transitar pela avenida Mário Ypiranga até que o serviço seja concluído e o tráfego normalizado.
Zona sul de Manaus registra a pior qualidade do ar em meio a nuvens de fumaça
Nesta terça-feira, a cidade de Manaus amanheceu sob um denso manto de fumaça, resultando em uma qualidade do ar alarmantemente baixa, especialmente nos bairros da zona sul da capital. De acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (SELVA), a maior parte da cidade enfrenta condições de ar consideradas péssimas, embora os focos de incêndio responsáveis pela situação estejam localizados no interior do Amazonas, em áreas próximas a terras indígenas. Os bairros mais afetados pela fumaça na manhã de hoje foram aqueles situados na orla da zona sul de Manaus, com destaque para o bairro da Cachoeirinha. Na sequência, o bairro do Parque 10, na zona centro-sul, também apresentou níveis críticos de poluição atmosférica. Em contrapartida, as zonas norte e leste da cidade apresentam uma qualidade do ar moderada, segundo os dados fornecidos pelo SELVA. A fumaça que encobre Manaus tem origem em focos de incêndio registrados nas últimas 24 horas em diversas áreas do interior do estado. Entre os locais afetados estão uma área de preservação do Exército Brasileiro e regiões próximas ao município de Rio Preto da Eva. Além disso, focos de incêndio foram detectados ao longo da BR-17, bem como na região sul do Amazonas, especialmente em áreas de fronteira com os estados do Acre, Mato Grosso, Rondônia e Pará. O cenário é agravado pela ausência de previsão de chuvas significativas em todo o estado do Amazonas. Segundo o SELVA, as precipitações estão concentradas principalmente no estado de Roraima, embora tenha havido um breve registro de chuva fraca na fronteira do Amazonas com o Acre na manhã de hoje.
Ginasta tcheca morre após cair de penhasco enquanto tirava selfie
O mundo dos esportes foi abalado por uma tragédia que ceifou a vida da ginasta tcheca Natalie Stichova, que faleceu após cair de um penhasco de 80 metros na Alemanha enquanto tentava tirar uma selfie. O incidente ocorreu em 15 de agosto, na montanha Tegelberg, localizada na pitoresca região da Baviera, nas proximidades do icônico Castelo de Neuschwanstein, que serviu de inspiração para a história da Bela Adormecida. Natalie, de 23 anos, era uma ginasta promissora, conhecida por sua dedicação ao esporte e por suas performances em competições nacionais e internacionais. Ela estava de férias na Alemanha, acompanhada por seu namorado e duas amigas, quando decidiram visitar a famosa montanha, que oferece uma vista deslumbrante da paisagem bávara. De acordo com testemunhas, Natalie aproximou-se da borda do penhasco para capturar uma selfie, momento em que perdeu o equilíbrio e caiu em direção ao abismo. A queda foi interrompida em uma área de difícil acesso, o que exigiu uma operação de resgate complexa. Um helicóptero foi acionado para socorrê-la e, apesar dos esforços rápidos das equipes de resgate, a ginasta sofreu ferimentos graves, incluindo danos cerebrais severos. Após ser levada de helicóptero a um hospital em Munique, os médicos lutaram para estabilizar seu estado crítico. Contudo, os danos neurológicos causados pela queda eram irreversíveis. Depois de seis dias internada, a família de Natalie enfrentou a difícil decisão de desligar os aparelhos que a mantinham viva, em 21 de agosto, encerrando a curta e promissora vida da jovem atleta. A morte de Natalie Stichova repercutiu em toda a comunidade esportiva, com muitas homenagens sendo feitas por colegas, treinadores e fãs. O Comitê Olímpico da Tchéquia emitiu uma nota de pesar, destacando o talento e a paixão de Natalie pelo esporte. “Perdemos uma jovem talentosa, que tinha um futuro brilhante pela frente. Sua ausência será profundamente sentida por todos nós”, dizia a declaração.